Dobrando proteínas - chaperoninas
A
fita de aminoácidos sintetizada não se transforma em uma proteína
globular por si mesma, antes passa por outras proteínas maiores
chamadas de chaperoninas.
As
chaperoninas possuem uma abertura e um espaço na forma de barril, com
grupos que reposicionam os aminoácidos hidrofóbicos para o interior
da futura enzima.
estrutura cônica de uma chaperonina, a partir do site https://pdb101.rcsb.org/motm/32. Créditos para David S. Goodsell and the RCSB PDB |
Muitas
vezes a enzima ainda passa pela remoção de alguns aminoácidos e a
cadeia se torna rígida a partir da formação de pontes de
dissulfeto. Somente após esses eventos pós-translacioniais a enzima
se torna ativa.
A
fita de aminoácidos é dobrada por enzimas conhecidas como
pre-foldinas, que juntamente com as chaperoninas formam um complexo
enzimático que dobra corretamente os grupos, virando as cadeias
laterais para formar uma região hidrofóbica que dá a
característica globular da enzima.
Essas
enzimas orientam a definição do sítio ativo, do sítio alostérico,
como se tivessem a memória da estrutura final. As ligações
peptídicas se orientam para atingir os ângulos de ligação
necessários para que a enzima atinja a sua forma final.
O
mau funcionamento das chaperoninas resulta em erros de empacotamento e
agregação das proteínas, formando depósitos conhecidos como
amilóides, característico de doenças neurodegenerativas, como o
Alzheimer.i
Ao aquecer um do ovo, as proteínas movem-se mais rápido, se
desdobram um pouco, perdem a sua conformação nativa e precipitam,
formando uma estrutura sólida. O resultado é um omelete, e dentro
da célula significa a perda de mobilidade das moléculas no citosol
e o bloqueio completo das funções celulares.
iTrends
Biochem Sci. 1995
Nov;20(11):456-9. Defective
protein folding as a basis of human disease.Thomas
PJ1, Qu
BH, Pedersen
PL.