A hipótese da existência eterna da vida prescinde uma explicação e a eternidade passada e futura são o seu corolário. Este ponto de vista aparece em sistemas religiosos do Egito Antigo e foi adotada por diversos pensadores gregos. Contudo, esta hipótese é considerada inadequada com o atual conhecimento científico, que aponta para o surgimento do Universo e da Terra, assim como é incompatível com a termodinâmica, que mostra que a dissipação de energia pelo espaço durante um intervalo de tempo resulta no equilíbrio energético, até que todo o Universo esteja a mesma temperatura. O Bramanismo e outras religiões apontam para uma eternidade do Universo com epiciclos, e que estaríamos em um período tenebroso.
A panspermia reconhece que a vida é extremamente complexa e requer um projetista inteligente. Esta tese limita o seu poder explanatório sobre a vida na Terra, porém não tem a pretensão de explicar a origem da vida no Universo ou a origem do próprio Universo, porque permanece aberta a pergunta sobre a origem do ser alienígena, sem dar uma resposta final. A proposição da criação por um ser inteligente pode ter pontos em comum com a panspermia em uma análise superficial, mas o Criador situa-se fora do tempo e do espaço. Ele não é resultado do Universo, é a causa. Esta hipótese adiciona questões que a ciência se vê limitada, porque as forças naturais também seriam o resultado do poder criador deste ser, e sua eventual intervenção resultaria em violações do ordenamento natural. O universo teria sido criado, resultado da capacidade e inteligência deste ser. Esta hipótese apresenta variações quanto à percepção da intervenção de Deus sobre a criação e agrega a possibilidade de um propósito para o Universo e para a vida humana, e implicações sobre a Filosofia.
Matéria, espaço, tempo e energia são as variáveis consideradas nas forças naturais. A descoberta das leis matemáticas que regem estas variáveis marcou o desenvolvimento da ciência moderna. O conhecimento sobre as forças naturais pela ciência atual atingiu um nível de exatidão que permite enviar objetos a planetas, transmitir dados com precisão, prever o comportamento da luz, da matéria e energia. Porém esta precisão também define os limites do poder explanatório da ciência. Certos eventos não ocorrem porque não são possíveis. O debate em torno das narrativas para explicar o atual estado da biosfera é complexo, e não é isento de fatores que vão além da ciência, passando por questões filosóficas e teológicas.
Quando estas hipóteses são confrontadas, a discussão remete aos limites da ciência, tanto no escopo quanto no conhecimento. No primeiro ponto, surge a questão se a ciência pode demonstrar algo que seria fora do mundo natural, ou seja, o projetista. Por isso, a maioria dos cientistas desdenha esta hipótese, pelo cunho teológico que assume a discussão, enquanto a maioria dos religiosos considera que a demonstração da existência de Deus não poderia ser demonstrada por evidências científicas, e os textos sagrados se constituem na única evidência necessária.
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